Ser Professor do 1.º Ciclo

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Primeira entrevista: Turma 3 (28-12-2005)

E pronto (em bom português)! Com a entrevista da Turma 3 (quarta, dia 28) terminámos a primeira série de entrevistas, dedicadas à formação inicial, que concretizaram no Instituto de Estudos da Criança, da Universidade do Minho.
Neste caso houve uma pequena variação no formato da entrevista. Por um imprevisto de última hora, o José Pedro não pôde comparecer à entrevista, pelo que tivemos uma sessão com quatro Professoras. Ainda assim, acabámos por realizar uma entrevista individual com o José Pedro, ao qual desde já agradeço a sua disponibilidade, fazendo com que tenha a possibilidade de acompanhar os outros passos metodológicos de recolha de dados (registo escrito e participação no blog).
Da mesma forma que fiz com as Turmas 1 e 2, gostaria de pedir à Ana, à Luciana, à Mónica e à Paula que se manifestassem sobre a forma deste (re)encontro, a vossa participação e os sentimentos que suscitou (ao José Pedro que comentasse a entrevista individual). Depois das festas, poderemos falar de aspectos mais específicos e mais directamente relacionados com o conteúdo da entrevista de grupo (nessa altura, numa perspectiva integrada, cruzando opiniões entre todos os participantes deste processo).
Embora as palavras pareçam as mesmas doutras circunstâncias, tenho de dizer que, porque corresponde a um sentimento agradável e verdadeiro, gostei muito das intervenções de todos os elementos deste grupo de trabalho. Foi para mim um prazer imenso ter voltado a conversar convosco sobre a vossa “formação inicial”. Não esqueçam, valorizo tanto ou mais um reparo como um elogio… Aqui, como na formação inicial, nunca tive a intenção de os menosprezar ou censurar, mas sim tentar compreender e argumentar, pois só assim considero ser possível crescer, aprender e desfrutar.

Ainda assim, a minha consciência crítica diz-me haver sempre um mas… situações mal resolvidas, momentos menos felizes, desencontros de opiniões, crises de identidade, perda de confiança nas nossas capacidades. A vida é esforço contínuo para superar estas dúvidas; para criar situações de estabilidade, de bem-estar físico e emocional, de realização profissional e pessoal, de alegria e amizade, de partilha e união, de lazer e convívio. Espero que seja um esforço bem sucedido para todos, agora que estamos às portas de um novo ano, de um tempo mais, com o caminho que vamos escolhendo.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Um bom ano de 2006!


Já o queria ter feito antes do Natal; desejar boas festas. Não tendo sido possível, neste momento, posso expressar os votos de continuação de BOAS FESTAS!
Assim, aproveito também para manifestar o sentimento sincero de um ano de 2006 muito feliz para todos, com a concretização dos vossos projectos pessoais e profissionais.
Espero também, agora que amanhã (28/12) se vai realizar a terceira entrevista da primeira fase (olá, até amanhã, aos Professores da ‘Turma 3’), que estejam motivados para conversarmos, através deste meio, acerca das questões que a entrevista suscitou, para iniciarmos o novo ano da melhor forma!
Estejam atentos às novas postagens ou, então, deixem-se de ‘receios’ e digam de vossa justiça, escrevam as vossas próprias postagens!

BOM ANO DE 2006!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Primeira entrevista: Turma 2 (21-12-2005)

Também já foi concretizada (quarta, dia 21) a primeira entrevista com a Turma 2 (2003) sobre a “formação inicial”. Da mesma forma que fiz com a Turma 1, gostaria de pedir, no imediato, à Andreia, à Beatriz, à Cláudia, à Eva e à Susana que falassem um pouco sobre a forma deste (re)encontro, a vossa participação e os sentimentos que suscitou. Depois das festas, poderemos falar de aspectos mais específicos e mais directamente relacionados com a entrevista de grupo. Globalmente, gostei muito das intervenções de todos os elementos deste grupo de trabalho. Foi para mim um prazer ter voltado a conversar convosco sobre a vossa “formação inicial”.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

(Des)burocratizar: eis a questão?

Cada dia que passa, cada ano que passa, cada projecto que se constrói... e sempre o mesmo sentimento:

A lógica burocrática das escolas continua a exercer uma pressão maior que qualquer tentativa de remar em sentido contrário.

Neste país, a realidade educativa parece ser cada vez mais controversa e até, diria eu, mais perversa. Porquê?

É simples...

Todos sabemos que há documentos orientadores da actividade curricular, lançado pelos sucessivos Ministérios da Educação que temos tido como o das Competências Essenciais.

Contudo, nós antigos formandos aprendemos no IEC a termos um espírito crítico sobre os normativos "macrodesign" e a adequarmos esses normativos aos nossos alunos. Pois é...

O pior é que cada vez mais os professores parecem estar sufocados por uma forma linear de ver a educação, onde o que conta é "chapar" abruptamente os chavões do Ministério que ele insiste em utilizar de uma forma desfuncional, no sentido, em que não contribuem para a efectiva aquisição de competências quer por parte dos profissionais, quer por parte dos alunos.

Senão vejamos:
Para realizar uma visita de estudo com os alunos é preciso preencher papéis, formulários, seguir a legislação,... enfim, tudo menos preparar devidamente a visita de estudo, pois o tempo é escasso...

Para sinalizarmos um aluno com NEE é preciso um ciclo inteiro a fazer relatórios, para depois... os especialistas na matéria, qd se chega aí, dizerem que afinal o aluno não tem nada... pois até nem é deficiente motor ou mental.

Para construirmos um projecto é preciso entregar a tempo, algo que é apenas um esqueleto de projecto, e não um instrumento curricular adequado e flexível.

Enfim... tudo a "pseudo-funcionar" como aliás acontece em tudo neste país...

Serei eu (in)competente?

Será que estarei a ser "revolucionário"?

Talvez... aliás, já era tempo da educação ser revolucionada no bom sentido... e de deixarmos de a basear em papéis...

O que distingue um professor...de um executor de normativos...é mesmo isto: pensar, actuar, planificar, colaborar, investigar..em função dos alunos...e não em função dos "Burocratas"...

domingo, dezembro 18, 2005

Primeira entrevista: Turma 1 (17-12-2005)

Foi ontem (sábado, dia 17) concretizada a primeira entrevista com a Turma 1 (2002) sobre a “formação inicial”. Gostaria, para começar, por pedir à Bárbara, à Elisabete, à Joana, à Olga e ao Nuno que falassem um pouco sobre a forma deste (re)encontro, a vossa participação e os sentimentos que suscitou. Tenho para mim que foi uma reunião agradável, mas talvez um pouco longa, situação que teremos de rever na próxima entrevista.
Há outros aspectos que podem também ser alvo da nossa atenção: os materiais utilizados, os tópicos da entrevista, … e, claro, o próprio conteúdo desses tópicos. Se quiserem podem desde já dizer o que entenderem como comentário ou criando novas postagens. Ainda assim, gostava de ter as vossas primeiras reacções. Conforme fosse fazendo as outras duas entrevistas (sobre a “formação inicial”), então aí poderíamos aprofundar outras questões, em conjunto com os vossos colegas - Turma 2 (2003) e Turma 3 (2004).

domingo, dezembro 11, 2005

O tempo e a vida


Aqui vai uma postagem para ajudar na participação deste blog, em consequência da última postagem. Há já algum ‘tempo’ que pensava na melhor forma para fazê-lo, mas não encontrava um motivo plausível e que não entoasse exclusivamente a ‘pai babado’.
É verdade, já muitos sabem, fui pai novamente (aproveito e faço publicidade a uma das primeiras fotos da Beatriz com a Rita e o pai). Tenho agora em casa duas meninas que são motivo da minha alegria e agitação!

Faz segunda-feira, dia 12, UM MÊS que a Beatriz nasceu. No dia seguinte faz CINCO ANOS que a Rita nasceu. Alguns de vós devem-se lembrar; estavam em formação, num ‘tempo’ muito diferente deste que agora vivem. Lembro-me, agora eu, que a Carla Leite, vossa colega de profissão, na altura em formação, teve dois dias (antes ou depois do dia 13 de Dezembro; agora não me recordo) um menino.
A Rita cresceu; o tempo passou, já lá vão 5 anos. Agora que o vejo num olhar retrospectivo, posso, se calhar dizer, que passou ‘depressa’; até parece que este último mês, o mês de vida da Beatriz, demorou mais tempo a passar!

O tempo que vivemos, o tempo que gastamos, o tempo que não temos, o tempo que passa, o tempo que nunca mais passa… Tudo isto leva-me a reflectir sobre um dos aspectos essenciais da actividade humana em geral e, por natureza, da formação e do ensino: o tempo. Claro está que não podemos ‘isolar’ elementos de uma equação complexa e dinâmica, sobretudo se se mexe com factores que vão para lá do meramente físico ou mensurável. Na educação, se a entendermos como uma actividade que engloba a formação e o ensino, para além de outras coisas, teríamos de pensar ainda, pelo menos, do ponto de vista organizativo, no espaço e nas condições materiais (recursos) que rodeiam o acontecimento (continuando a tentar reforçar a visão restritiva da dimensão física destes factores).

Voltemos ao ‘tempo’ para reparar, tal como no nascimento das minhas filhas, também na vossa formação inicial e actividade profissional, o tempo assume uma dimensão física (facilmente detectada, quantificada e estruturada), mas, sobretudo, uma dimensão emocional.
Vejam bem. O tempo e a vossa formação inicial. Quantos de vós me dizem como gostariam de ‘recuperar’ esse tempo; quantos de vós me dizem ter sido um tempo difícil de superar. Por vários motivos esse tempo deixou uma marca (a associação imediata aos espaços e às relações interpessoais são inevitáveis).
Depois podemos, para diversificar os exemplos e fazer evoluir a vossa situação, falar do tempo para os professores prepararem as aulas e que a sociedade parece não querer contabilizar ou fazer-se de esquecida.
Temos ainda o tempo ‘necessário’ para as crianças aprenderem (pelos vistos, muito diferente de criança para criança). O tempo que têm repleto com muitas outras actividades, para além da escola, o tempo que não têm para brincar…
Olhem, de novo, para o início da vossa actividade profissional. Como apreciam os vossos primeiros dias de trabalho, que tempo foi esse? Quanto tempo levou a passar?

Só vos digo, para terminar, que mês este, o mês da Beatriz! Podem imaginar quanto tempo é este? Daqui a cinco anos será um tempo de recordações e, como tal, a dimensão física atenua‑se e dará lugar a uma outra dimensão emocional, provavelmente menos precisa, mas, digo eu, mais importante, por ser aquela que prevalece.

Olá, outra vez: um desafio e uma provocação

Olá a todos os participantes deste Blog, o que quer dizer a todos que terminaram a sua formação profissional como Professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico, no Instituto de Estudos da Criança, da Universidade do Minho, durante os anos 2002 e 2004, e que vão participar comigo num processo de investigação sobre a construção do conhecimento profissional, durante a formação inicial e o período de indução profissional.
Passaram já quinze dias desde a primeira reunião de trabalho que tivemos no Instituto de Estudos da Criança. Nessa reunião demos a conhecer e preparámos os primeiros passos do processo de investigação. Lançamos este blog e sugeri que o podíamos começar a utilizar, ainda que de uma forma exploratória, trocando perspectivas acerca do estudo e do envolvimento no mesmo, como contributo para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Assim, aproximam-se as datas para a concretização das primeiras entrevistas de grupo. Julguei ser tempo, então, de uma pequena ‘provocação’, em face da ‘pouca’ participação neste blog, ainda que estejamos numa fase de arranque, prévia ao seu verdadeiro sentido ou objectivo: servir de espaço ou lugar de encontro para a “expressão livre de ideias, sentimentos, críticas, posições, vivências acerca da participação (quanto ao conteúdo e à forma) num processo de investigação sobre a formação inicial de Professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico, promovida pelo Instituto de Estudos da Criança, da Universidade do Minho” (é o que diz na justificação deste blog).

Serve, portanto, esta postagem, depois do que disse, por um lado, para ‘desafiar’ todos os participantes a ponderarem outras intervenções, se assim o desejarem, ainda antes das entrevistas; e, por outro lado, sobretudo para ‘provocar’ os professores ainda em ‘falta’ (por ainda não se terem manifestado neste blog) a deixaram ainda que seja apenas o seu ‘olá, estou aqui, não me esqueci de si, professor!’. Já agora, se quiserem, dizer, por este ou por aquele motivo, porque não se sentiram incentivados ou não tiveram oportunidade de o fazer.

Boa semana de trabalho!
Carlos Silva