Ser Professor do 1.º Ciclo

terça-feira, março 07, 2006

Segunda entrevista - a indução profissional

Olá, como estão?

A conversa está interessante, e pode continuar interessante, mas temos de avançar também para outras situações. Como sabem, terminámos, na sexta-feira passada, dia 03 de Março, a segunda série de entrevistas previstas, esta dedicada ao período de indução profissional.

Falámos de várias coisas:
(1) Começámos por verificar alguns aspectos que mais se destacaram, tanto pelo ponto de vista positivo como negativo, relativos à iniciação profissional. Falámos das vossas expectativas relativas à profissão.
(2) Na sequência, identificámos e reflectimos sobre situações problemáticas relativas às primeiras experiências profissionais.
(3) Depois focalizámos a atenção nos problemas ao nível da gestão curricular e pedagógica, nomeadamente através da construção e desenvolvimento de Projectos Curriculares Integrados e da organização de ambientes educativos de qualidade.
(4) Finalmente, procurámos identificar e reflectir sobre as formas de promover a integração profissional dos professores principiantes nos contextos escolares. Terminámos as entrevistas falando um pouco da moderação e participação neste blog.

Sobre estas entrevistas tenho a dizer que fiquei muito satisfeito. Gostei das conversas, gostei dos diferentes contributos, gostei do clima de serenidade e empatia com que decorreram, gostei da maturidade que senti na defesa das vossas causas.

No final da entrevista tentei conduzir a conversa para uma análise da moderação e participação no blog, depois de algumas dúvidas que tive acerca do andamento do mesmo. Falámos também acerca da necessidade de tomarmos decisões sobre novas formas de dinamização e participação. Para além do vosso pedido para manter a moderação do blog, através da publicação faseada da análise preliminar das entrevistas e dos registos escritos, todos concordaram em tentar fazer do blog algo mais próximo do quotidiano dos professores, mais intimista. Nesse sentido, propôs-se que o blog podia, sobretudo, ser um espaço de partilha de experiências, episódios, incidentes críticos, próprios do período de iniciação profissional.

Pois bem, cá fico à espera das vossas ‘postagens’. Cá fico também à espera dos registos escritos para poder reverter algumas das vossas tendências para a discussão aqui no blog.

Para terminar, gostaria de sugerir, para além de outras coisas que queiram dizer, a possibilidade de aproveitarem esta postagem para comentarem esta entrevista e mais uma ou outra coisa que me deixou curioso:

- Como se sentiram a falar das vossas primeiras experiências profissionais, como é para vós expor (tornar visível) as dificuldades próprias deste período de trabalho tão especial?
- Afinal, quais foram os sentimentos dos primeiros passos como professores por vossa conta e risco? Parece-me que ninguém disse que lhe apeteceu fugir!
- Que expectativas tinham sobre a profissão e quais as que prevaleceram ao impacto das primeiras experiências profissionais?

Nota: Respondam apenas ao que vos interessar.

4 Comments:

  • Só para dizer que li os vossos comentários (Ana e Paula) e gostei; tanto da parte relativa à entrevista, como da parte relativa aos vossos sentimentos relacionados com as primeiras experiências. Brevemente tentarei fazer uma comentário mais detalhado, com um desafio/jogo à mistura - aguardem!

    By Blogger Carlos Silva, at 3/09/2006 2:17 da manhã  

  • O comentário da Paula fez-me lembrar uma postagem que fez, onde já colocava também algumas questões/preocupações relativas ao início da profissão, para a qual não obteve grande feedback. Assim lembrei-me de tentar fazer uma listagem com alguns desses problemas/dificuldades que se podem reportar ao facto de serem professores principiantes. Trata-se de uma lista que não é exaustiva nem seriada por ordem de importância e que, com algumas inferências, foram deduzidas a partir dos textos da Paula:
    (1) Gestão do tempo;
    (2) Adequação das actividades aos alunos;
    (3) Aproveitamento da aula por parte dos alunos;
    (4) Gestão diferenciada de diferentes ritmos de aprendizagem;
    (5) Gestão curricular de diferentes níveis de escolaridade;
    (6) O acompanhamento individualizado;
    (7) Equilíbrio entre progressos dos alunos e exigência do professor;
    (8) A especificidade do 1.º ano de escolaridade, nomeadamente nos processos de iniciação à leitura e à escrita;
    (9) Relações com a comunidade educativa, especificamente com os pais;
    (10) Os Apoios Educativos e as dificuldades de aprendizagem;
    (11) A Educação Especial e os alunos com Necessidades Educativas Especiais;
    (12) A avaliação das aprendizagens, as decisões sobre a avaliação das aprendizagens enquadradas pelos normativos legais.

    O jogo ou o desafio que propunha à Paula e aos outros participantes que queiram entrar nesta reflexão é o seguinte:
    – Outras situações seriam susceptíveis de serem apresentadas nesta lista relativa às dificuldades próprias do início da actividade profissional. Acrescentem situações não contempladas nesta listagem;
    – Façam um exercício mental de seriação das situações pela ordem de importância (na medida em que se evidenciou/evidencia como um problema) e escrevam qual é o vosso top 3 de dificuldades;
    – Se quiserem, comentem essas vossas preocupações.

    By Blogger Carlos Silva, at 3/11/2006 2:18 da manhã  

  • Boa tarde a todos...
    Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpa ao prof. Carlos pelo facto de não ter participado muito desde a nossa última entrevista, mas o meu portátil obrigou-me a tal,tendo resolvido encravar e bloquear precisamente na altura em que precisava mais dele....

    Ora aqui está um bom mote para o meu comentário:
    "Os acontecimentos inesperados" que, tal como na vida pessoal acontecem, também na nossa vida profissional assim o é: quantas vezes não se preparam tão bem as aulas, planificando-as, escolhendo recursos, estratégias, formas de organização na sala de aula, e depois....o que acontece é que, reflectindo sobre o que foi feito, deparámo-nos com um sentimento de frustração, por não termos conseguido ou pelo menos não tanto quanto queríamos. Enfim, é a vida....
    Se calhar, é uma forma de obrigar cada professor a ter uma visão complexa e multidimensinonal do processo de ensino-aprendizagem, levando a que, através de processos de partilha, colaboração, reflexão e adequação curricular, em termos horizontais e verticais, se possa ajudar os alunos a realizar aprendizagens o mais significativas possível.
    Bom, e agora aqui vem o meu top 3:
    1) proporcionar actividades diversificadas e individualizadas para alunos com N.E.E's, referidas em estudos nesta área, como é o caso dos Dr. Luís Miranda Correia, mas que em termos práticos, no terreno, a pressão exercida pelos ministério é: cada professor que se desenrasque e faça muitos relatórios, porque é preciso cortar os Apoios Educativos no contexto da sala de aula;
    2) Propor o encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais para entidades especializdas na área de forma a realizar um trabalho mais adequado com esses alunos;
    3) Conseguir gerir os "timings" das tarefas realizadas pelos alunos o melhor possível de forma a conseguir estar presente no momento certo, para que não haja quebras de raciocínio, perdas de motivação, fuga de ideias dos alunos, enfim... toda uma quantidade de coisas que fazem parte do complexo mundo que é o da sala de aula.
    Continuação de bom trabalho.

    By Blogger Nuno Monteiro, at 3/14/2006 3:48 da tarde  

  • Aos Professores 'faltosos' desta postagem, lanço-lhes aqui o repto para também participarem com o comentário à segunda entrevista e com a referência ao 'top 3' de dificuldades do período de indução profissional (as que foram identificadas ou outras que considerem pertinentes).

    By Blogger Carlos Silva, at 3/25/2006 5:20 da tarde  

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