Ser Professor do 1.º Ciclo

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

O papel das Práticas Pedagógicas na formação inicial: as relações entre teoria e prática.

Ao contrário do costume vou ver se sou capaz de fazer um texto com poucas palavras. O assunto – Práticas Pedagógicas (PP) da vossa formação inicial – pode suscitar muitas palavras, mas deixo isso para vocês (na medida do possível...).

Então, ficam aqui algumas ideias que recolhi (não é exaustivo, podem acrescentar outras) e que podem suscitar a vossa reflexão:

– Concentrar a actividade da PP do 1.º e 2.º ano da licenciatura num período de tempo menor;

– Antecipar o processo de imersão e intervenção progressiva nas escolas e nas turmas, desenvolvido na PP, no sentido de uma maior consciencialização da profissão e de elevar os níveis de autoconfiança nas possibilidades de cada formando;

– Desenvolvimento das didácticas específicas a partir de situações concretas observadas na PP, procurando orientar a intervenção nas escolas;

– Tornar a PP num espaço de formação transversal e integrada para a contextualização da teoria desenvolvida nas diferentes disciplinas, numa perspectiva de aplicação de uma metodologia de resolução de problemas e de um PCI de formação de professores;

– Todos os alunos pudessem experienciar, no âmbito da PP, contextos de todos os anos de escolaridade;

– Formação de uma equipa de professores de PP só com funções de supervisão/orientação que trabalhasse em maior articulação com os professores cooperantes, proporcionando-se um acompanhamento mais próximo e constante aos grupos de estágio;

– Apesar do trabalho de grupo ter sido fundamental ao longo de todo o processo de formação, a componente individual deveria ser um pouco mais explorada e alargada, essencialmente ao longo da Prática Pedagógica IV, de modo a tornar o futuro professor mais confiante e mais independente na sua capacidade de acção, atendendo até aos contextos profissionais que se encontram;

– O relevo das relações de identidade e de colaboração entre a Prática Pedagógica, o Desenvolvimento Curricular e, posteriormente, o Seminário, pois foram estas disciplinas que proporcionaram uma nova visão do Ensino Básico do 1.º Ciclo, nomeadamente através da construção do Projecto Curricular Integrado;

– A importância de estarmos perante uma PP integrada e ao longo do curso e, sobretudo, nos últimos dois anos, uma vez que permitiu pôr em prática muitos aspectos trabalhados teoricamente noutras disciplinas, através de uma observação crítica e uma acção reflexiva;

– A necessidade de, desde cedo, os formandos terem uma consciência explícita do caminho a percorrer ao longo da PP e das próprias didácticas, no sentido da tomada de consciência crítica sobre a plano de formação e sobre a sua abrangência e pertinência.

1 Comments:

  • "....aponta-se para o entendimento do currículo como um Projecto que defina o que é fundamental em termos da cultura e da formação a oferecer aos alunos como experiências significativas de aprendizagem, projecto que necessariamente tem que ser construído de forma flexível. A existência de um referencial de competências essenciais que permita salvaguardar os princípios de qualidade e de equidade para todos deve permitir também desenhar percursos e trajectórias diferenciadas de acordo com as características dos alunos nos contextos diversificados de cada escola..." (in PARECER
    SOBRE O PROJECTO DE
    "GESTÃO FLEXÍVEL DO CURRÍCULO" - Alonso (coord.) - 2001...

    ora aí está um conjunto de ideias que podem ser uma síntese de tudo aquilo que, na minha opinião, constitui as base das práticas pedagógicas durante a F.I.


    Isto para dizer, ou se calhar repetir algumas ideias já apresentadas,que a teoria de desenvolvimento curricular está intrinsecamente dependente de uma prática pedagógica que lhe dê "forma", i.e, todo o trabalho que na formação inicial é organizado, orientado, planificado e depois concretizado no terreno é extremamente importante na medida em que, embora não seja uma receita, é sem dúvida um bom modelo de design curricular, de forma a construirmos escolas de sucesso e escolas democráticas. depois na nossa vida profissional.

    Pergunta-se: Será que depois os professores iniciados seguem estes trâmites e esta filosofia?

    Concerteza que sim, basta o simples facto de que, pelo menos, a "semente "está lá, basta querer desenvolver sempre mais a capacidade de construção destes documentos orientadores do processo de ensino-aprendizagem, e ter um espírito colaborativo, tal como se fazia na FI.
    Boa Noite.

    By Blogger Nuno Monteiro, at 2/18/2006 12:41 da manhã  

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