Ser Professor do 1.º Ciclo

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Para reflectir...

Olá!
Embora já tenha passado algum tempo desde a primeira entrevista, queria partilhar convosco algumas reflexões.
Não tenho dúvida que a nossa formação inicial está entre as melhores do país. Saímos com capacidade para trabalharmos em grupo, com abertura, flexibilidade, compreensão e, sobretudo, com um espírito inovador e aberto à mudança. Para além disso, ao longo do curso, fomos adquirindo conhecimentos abrangentes que nos permitem ter algumas bases teóricas para tentarmos interpretar e resolver os problemas com que nos deparamos.
Os dilemas surgem quando chegamos às nossas salas de aula. Noutras profissões, é dada a possibilidade de uma inserção lenta, com acompanhamento de um superior, que vai ajudando e dando conselhos. Nós, professores, somos “lançados” para dentro da sala de aula, sozinhos, sem apoio e sem saber a quem recorrer…
O que fazer? Como passar do papel de aluno, sujeito a métodos de ensino tradicionais, para um professor, com métodos de ensino diferenciados, em que o aluno tem o papel principal? O que fazer para não reproduzirmos os métodos com que fomos ensinados durante 16 anos? Será que a metodologia por projecto não deveria ser também implementada na nossa formação inicial?

2 Comments:

  • Olá Boa Noite...
    Obrigado Eva pelo teu comentário....está interessante ...

    Será que as práticas de formação inicial não se sustentam numa filosofa de Área de Projecto...?

    Para mim, se calhar, põe-se mais, na questão das disciplinas onde se trabalha dessa forma, como em Desenvolvimento Curricular, Didáctica da Matemática, e outras, deveriam ser isso, deverem ser modelo para outras onde ainda é preciso melhorar...
    Depois, também uma questão temporal, poderia começar-se a trabalhar nessa filosofia logo no 1º ano, e não começar, "a sério" mais tarde, quando começam a apertar os estágios e as P.P.'s....

    Bom trabalho....

    By Blogger Nuno Monteiro, at 1/14/2006 12:25 da manhã  

  • Olá Eva.

    As questões da tua postagem são muito pertinentes e parecem-me que estão bem colocadas.

    Uma das preocupações que tive durante a primeira entrevista foi, precisamente, auscultar-vos acerca dos processos metodológicos que a formação inicial utilizou. Se esses foram sentidos por vós como os mais adequados para o perfil profissional de professor que se desejaria formar (investigador, reflexivo, colaborativo). Assim, devolvo de novo esse repto, agora que a questão foi, e muito bem, colocada neste blog. O que fazer na formação inicial para contrariar, desde logo, essa visão tradicional do ensino, com a qual foram confrontados durante todo o vosso percurso académico? O que implicaria essa perspectiva de metodologia de projecto implementada na formação inicial? O Nuno já se manifestou e foi dando algumas pistas…

    Outra questão interessante diz respeito aos processos de indução na profissão, que acabam por produzir um choque para o qual é difícil de estar preparado, ainda que admitindo, como dizes, que a vossa formação está entre as melhores do país. Se bem que vamos ter uma entrevista dedicada a este assunto, podemos, se desejarem, discutir as implicações deste ‘abandono’ precoce, deste ‘lançamento’ desarmado para dentro das salas de aulas dos professores principiantes. Afinal, o que mais vos preocupou nesses momentos?

    By Blogger Carlos Silva, at 1/18/2006 7:42 da tarde  

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